SARAU
Queridos
leitores, abaixo apresentamos um conto desenvolvido por um pequeno grupo de
alunos da escola, sob a orientação das professoras Ana Paula Borges e Susete
Guimarães, durante as aulas de Orientação de Estudo sobre os gêneros que se
enquadram no tipo narrativo. O motivo da
criação deste conto foi para que que pudéssemos apresentá-lo no Sarau dos
segundos anos, evento realizado no dia 24/04/17.
No dia do
evento, por conta do limite de tempo da apresentação e por termos desenvolvido
um conto maior do que o esperado, tivemos que encerrar o conto em um
determinado ponto, por isso criamos este post para terminar a narrativa que já
havíamos começado na apresentação do Sarau. Eis ai o nosso conto! Decidimos
postar o conto completo, e não a partir de onde paramos, pois alunos e
professores pediram para que publicássemos desde o início. Enfim, a partir de
agora apenas desejo uma boa leitura a todos!
😊
Espero-te todas as manhãs
(Autores: Isabelle Beckert, Isabeli Simão, Leandro Hardaim, Ludmila
Santos, Maria Eduarda Novais, Mariana Bongartiner e Rodrigo Santos, 2º C)
Imagem: “The Shrine”
de John William Waterhouse
Paris,
17 de Maio de 1875
Querido diário,
Eu
Clhoé Harriet, estou muito feliz, pois nesta manhã eu acordei mais cedo para
ver alguém. Assim como de costume, quando ele chegou, encostou-se à calçada em sua
humilde bicicleta, bateu na porta e esperou meu pai ir até lá para pegar os
pães que ele sempre comprava. Enquanto ele esperava meu pai, com muita vergonha
eu continuava escondida atrás da janela de meu quarto, eu o olhava e sentia
algo dentro de mim que eu não conseguia descrever, pois naquele momento eu
estava ocupada demais apreciando os seus encantadores olhos castanhos, o seu
claríssimo cabelo, e sua tranquilidade ao se movimentar e falar. Naquele
momento eu não sabia o que sentia, mas agora eu sei! Eu estou apaixonada por
este rapaz, seu nome é Louis, e ele é o filho do padeiro.
Enfim,
eu ainda não disse o porquê de eu estar muito feliz hoje, meus pais me disseram
que hoje receberemos visitas para o almoço, ele foi comprar a carne, e me pediu
para comprar algumas coisas na padaria. Eu não soube o que responder
exatamente, pois eu tinha vergonha de conversar com o Louis, mas naquele
momento eu respirei fundo e me enchi de coragem, ele me escreveu uma lista com
aquilo que ele queria que eu comprasse, e em seguida me deu alguns euros, logo
após eu fui até a padaria. Quando eu cheguei, Louis estava no caixa, e então eu
comecei a pegar aquilo que meu pai havia escrito na lista, após eu terminar de
pegar tudo, chegou o momento, levei as compras ao caixa. Naquele instante, toda
a minha coragem desapareceu, eu fiquei com muita vergonha, tanto que eu apenas entreguei
o dinheiro a ele e não disse mais nada. Quando fui pegar as sacolas, ele
percebeu que eu tive um pouco de dificuldade, pois eram muitas sacolas, então
ele generosamente me perguntou se eu queria que ele me ajudasse a levar as
sacolas até minha casa, eu disse que sim, neste momento, por dentro eu estava
pulando de alegria. O mais legal foi que ele começou a puxar alguns assuntos
durante o caminho, e foi aí que nós começamos a conversar, conheci um lado
muito bom dele, ele é muito simpático e engraçado também, enfim, depois dessa
conversa percebi que eu me apaixonei pelo jovem que eu sempre quis.
Ao chegarmos a minha casa, ele me entregou as sacolas que ele
segurava, eu entrei em casa e ele foi embora. Ansiosa, eu fui até a cozinha e entreguei
as compras para minha mãe Marianne, para que ela preparasse o nosso almoço.
Correndo, subi as escadas, entrei em meu quarto e peguei o diário... Agora
estou aqui, escrevendo estas palavras.
Neste momento, a campainha toca, Philippe que é o pai de Clhoé vai
à porta receber as visitas, enquanto isso Marianne entra no quarto de Clhoé e
diz:
- Filha, vamos descer! O almoço já está
pronto e as visitas acabaram de chegar.
Clhoé
fechou o diário, olhou para sua mãe e disse:
-
Tá bom mãe, espere um momento, pois eu já estou indo.
Clhoé guarda seu diário e desce as escadas junto a sua mãe.
Enquanto elas descem, Philippe as observa, em seguida cumprimenta Jonathan e
seu filho George, dizendo:
- Entrem! Aquelas duas maravilhas
que estão descendo a escada são minha esposa Marianne e nossa filha Clhoé.
Ao dizer isto Philippe faz as apresentações, em seguida todos
conversando vão até a mesa. Enquanto isso Marianne e Clhoé vão à cozinha pegar
o almoço para servi-los, porém Clhoé pergunta a sua mãe:
- Mãe, afinal, o que é que aqueles vieram
fazer aqui em casa?
Marianne fica meio sem jeito, porém
a responde:
- Eu não sei. Minha filha; eu não os
conhecia pessoalmente, seu pai apenas me disse que queria vê-lo, pois já fazia
um bom tempo que eles não se viam.
Indignada Clhoé pergunta:
-
Mas como assim, a senhora não os conhece por quê?
Marianne pede para que ela se
acalme; em seguida a responde:
- Eles nunca vieram aqui antes, pois
quando seu pai queria vê-los ele os visitava e como eu não gosto muito de sair
de casa, eu o deixava ir sozinho, por isso eu não os conheço pessoalmente.
Clhoé mesmo insatisfeita com essas
respostas deixa esse assunto de lado, levanta um sorriso e diz:
- Entendi, agora vamos, pois eu
estou com muita fome!
Elas levam a mesa os pratos que
Marianne já havia preparado e em seguida sentam a mesa para participar do
almoço. Philippe agradece a Marianne por servi-los e em seguida diz:
- Tudo pronto, vamos comer!
Todos começam a comer. Após algum
tempo quando Jonathan fica satisfeito, ele limpa sua garganta e pergunta:
- Philippe, já está ficando tarde, você
não acha que já está na hora de falarmos um pouco sobre aquele assunto que
conversamos por cartas?
Todos param de comer e olham para Philippe. Enquanto isso olhando para a janela ele o responde:
- É mesmo, já esta tarde, fique à
vontade para falar.
Jonathan respira fundo e começa a
falar:
- Antes de marcarmos esta visita, Philippe e eu estávamos
conversando por cartas e lembramos um tempo atrás, naquele tempo nossas
famílias eram muito unidas e felizes, além disso, foi esta união que fez com
que as nossas famílias se tornassem o que são hoje, somos ricos, temos saúde, e
o mais importante! Nós temos belos filhos.
Philippe o complementa dizendo:
- Durante essas conversas concluímos
que vocês dois, Clhoé e George, podem restabelecer esta união que foi perdida
em nossas famílias, pois ambos são alunos exemplares na escola, possuem bons
comportamentos e também são muito bonitos.
Clhoé olha para George e depois pergunta a seu
pai:
-
Mas, como faremos isso?
Ele a responde:
- Casando-se com ele!
Clhoé
para, pensa, aumentando o tom da voz exclama:
- Mas o quê?! Nós nem nos conhecemos e vocês
querem que a gente case? Pai, eu amo outro homem!!!
Philippe desapontado também ergue o
tom da voz e a diz:
- Você está de brincadeira!
Porém Clhoé com mais força ainda
retruca;
- Não!!!
Philippe começa a rir e acrescenta:
- Eu não acredito.
As gargalhadas de Philippe deixam
Clhoé muito brava, ela o retruca gritando:
- Mas deveria acreditar! Pai, eu amo
aquele rapaz de olhos castanhos, cabelos claros, aquele rapaz que...
Seu pai perde a paciência e a
interrompe gritando.
-
Ah não, ele não!
Mas Clhoé continua gritando e acaba declarando:
- Sim, ele sim! Eu amo Louis, o
filho do padeiro.
Marianne fica preocupada, ela tenta
acalma-los dizendo com tranquilidade as seguintes palavras:
- Ei, se acalmem, parem de gritar,
estamos à mesa.
Philippe a ignora, em seguida ele levanta e chama Clhoé. Eles vão
até a sala e lá eles começaram uma discussão nova discussão:
- Clhoé você está maluca? Preste atenção
na bobagem que você está dizendo! Você quer passar o resto de seus dias com um
pobre padeiro ou com um jovem incrível?
Clhoé o responde:
- Mas pai...
Com
muita fúria, Philippe a interrompe e continua a gritar:
- Cale-se!!! Agora é a minha vez de
falar. Se você casar com o George terá muito mais riquezas do que estas que
temos hoje, mas se você se casar com este padeiro, você terá um futuro
vergonhoso!
Neste momento escorreu a primeira lágrima nos olhos de Clhoé, ela
o responde com uma voz de choro:
- Eu não quero riquezas, eu quero
amor!
Philippe fica sem jeito e acrescenta:
- Mas... Você não pode aprender a
amá-lo?
Chorando ela o responde:
- Todos nós podemos amar qualquer pessoa, mas não adianta obrigar,
pois para amar é preciso querer.
Com raiva, Philippe começa a gritar novamente:
- Pare de ser tão chorona! Pare de
dizer estas bobagens e pare de achar que você entende alguma coisa sobre amor. Minha
filha, acorde! Não deixe que essa paixão destrua seu futuro.
Chorando e gritando, Clhoé o retruca pela última vez:
- Mas como você quer que eu construa
o meu futuro sendo que o senhor não me deixa viver o presente?
Neste momento, Clhoé vira as costas e sobe a escada correndo e
chorando; mas Philippe continua gritando:
- Clhoé, desça aqui já! Nós não
terminamos nossa conversa!
Marianne aparece segura Philippe e o diz:
-
Querido, eu estava escondida do outro lado da
porta e escutei essa discussão inteira, acalme-se e deixa-a ir, ela está
cansada e muito estressada. Amanhã vocês poderão terminar essa conversa, mas
agora volte e fale com seu primo.
Philippe olha nos olhos de sua esposa, respira fundo, e assim
segura a sua fúria, sem dizer uma palavra volta à cozinha para conversar com
Jonathan. Enquanto isso, Clhoé abre seu diário e começa a escrever.
Paris, 17 de Maio de 1875
Querido diário,
Neste dia que começou tão bem está terminando da
pior maneira possível! Estou muito chateada, me sinto arrasada, por um momento
senti um descontrolável ódio de meu pai, e esse ódio me levou a brigar feio com
ele, estou muito, mas muito triste, pois nesta tarde eu perdi o poder de
controlar meu futuro, agora eu já não posso mais ficar com quem eu amo, mas com
quem meu pai quer que eu ame, pelo mais duro que pareça às coisas são assim.
Agora eu não sei o que fazer, dizer ou pensar, a única coisa que eu sei é que
neste momento eu sinto uma profunda tristeza em meu coração.
Após escrever isto, Clhoé adormeceu. Enquanto isso Philippe volta à cozinha e inicia um novo diálogo pedindo
desculpas a Jonathan.
- Então Jonathan, desculpe-me por
fazer seu filho passar por isso, eu não esperava que minha filha dissesse
aquilo.
Decepcionado com Philippe, Jonathan olha para
George e pede para que ele vá à sala e o espere, argumentando que tem que falar
com Philippe em particular. Em seguida Jonathan o responde:
- Ok, mas me promete que depois você
dará uma dura nela e mostrará quem é que manda?
Com coragem, Philippe afirma:
- Farei isso mesmo, não fiz agora
porque minha esposa atrapalhou-me!
Jonathan acrescenta:
- Entendo, enfim espero que você
consiga convencer sua filha a se casar com George o quanto antes, pois a cada
dia que se passa meu filho fica cada vez mais triste querendo alguém para
amá-lo. Quando você me visitou, você me garantiu que ela é a menina perfeita
para ele, então não me decepcione agora que fez com que George a desejasse
tanto! Aliás, você é um péssimo mentiroso hein! De tantas outras mentiras que
você poderia ter inventado para dizer, disse aquela porcaria; e se ela ou sua
esposa descobrir o acordo que fizemos o que acha que elas fariam contigo?
Philippe mentindo novamente diz:
- Não faço ideia! Não parei para
pensar nisso, porém eu garanto que elas jamais saberão que nosso acordo existe.
Jonathan fica impressionado e o diz:
- Já que afirma com tanta certeza,
tudo bem, confio em você. Mas não se esqueça de que nosso acordo consiste em eu
lhe entregar todo aquele dinheiro somente após eles estarem juntos. Lembra-se?
Philippe responde:
- Sim, claramente!
Jonathan
olha para a janela e depois diz:
- Muito bem. Agora eu vou embora, já
está escurecendo. Vou ficar aqui em Paris por mais dois dias. Aluguei um hotel
aqui perto, se quiser depois eu te passo o endereço para conversarmos. Boa
noite!
Philippe entrega um papel para
Jonathan, e ali ele escreve o endereço do hotel onde ficará hospedado. Em
seguida os leva-o até a porta, e eles vão embora. Logo após, Marianne pede sua
ajuda para retirar a mesa e lavar a louça, mas Philippe se recusa a ajudá-la
dizendo que está cansado e que precisa descansar um pouco. Então Marianne
começa a arrumar a cozinha sozinha. Minutos depois, ela termina de arrumar a
cozinha, e vai ao seu quarto descansar. Ao entrar no quarto, ela percebe que
Philippe não está conseguindo dormir, e por isso ela o pergunta:
- Querido, está tudo bem?
A
partir daí começam um dialogo:
- Não muito, pois não consigo
dormir.
Marianne preocupada o pergunta:
- Tem alguma coisa te incomodando?
Mas com ignorância Philippe a
responde:
- Não há nada me incomodando, eu apenas não
consigo dormir!
Porém, mesmo assim Marianne insiste em falar
com ele:
- Já que não consegue dormir, vamos
conversar.
Ainda bravo com o que aconteceu, Philippe
apenas olha nos olhos dela e a responde:
- Você quer conversar sobre o quê?
Marianne o responde:
- Sobre aquilo que você fez hoje no
almoço.
Ainda com ignorância ele a pergunta:
- O que foi que eu fiz?
Marianne acalma a si mesma e depois
diz:
- Você gritou com nossa filha! E
também tentou obrigá-la a fazer algo que eu ainda não estou acreditando.
Querido, por que não me disse nada sobre isto?
Philippe cria outra mentira:
- Eu não te contei nada porque eu
queria que fosse uma surpresa, pois eu consegui um namorado perfeito para ela,
mas ela o rejeitou daquela maneira.
Porém Marianne defende Clhoé, afirmando:
- Ela não estava totalmente errada!
Indignado, Philippe retruca:
- Como assim? Explique-me por que
ela não estava errada.
Novamente, Marianne respira fundo tentando não se
estressar e acrescenta:
- O que quero dizer é que você não
deveria tomar as decisões por ela, pois nossa filha já não é aquela bebezinha
que nós cuidávamos anos atrás. Meu querido, eu entendo que você se preocupa com
o futuro dela e tudo mais, mas deixe-a tomar as próprias decisões.
Philippe fica sem jeito e afirma:
- Mas eu não estava escolhendo por
ela, eu apenas estava indicando o caminho que ela deve seguir para que tenha
uma vida melhor!
Desta vez, Marianne percebe que ele está mentindo, mas
com paciência ela discorda:
- Não parecia. Pois se você
estivesse apenas indicando tu não terias gritado daquele jeito, e de qualquer
forma essa questão de encontrar uma vida melhor cabe a ela mesma decidir o que
é melhor para ela, e não a nós.
Philippe tenta inventar uma desculpa e diz:
- Mas querida, você sabe que eu
tenho um comportamento mais nervoso, não sabe?
Marianne continua retrucando:
- Claro! Nós somos casados já faz um
bom tempo, nos conhecemos bem. Porém, naquele momento você estava mais bravo do
que o de costume. Enfim, se quiser amanhã nós continuaremos esta conversa.
Querido, eu estou muito cansada, preciso
descansar um pouco agora. Pode fazer-me um favor?
Philippe, sem paciência, tenta encerrar essa conversa logo e diz:
- Tudo bem, querida, pode descansar;
sim, eu posso lhe fazer o favor, mas o que você quer?
Marianne se cobre com os cobertores
e o responde:
- Que você pare de querer construir
o futuro dela, nosso papel como pais é educar, e não governar! Nosso papel é
apenas fazer com que ela se sinta amada por nós, e fazer com que esse amor
frutifique, logo, estes frutos serão tudo o que ela precisa para ser feliz, e é
isso que você deseja para ela, não é?
Philippe sente um infinito remorso em seu
coração, ele fica parado e pensando um pouco, porém rapidamente a responde:
- Sim, este é o motivo de eu lutar
tanto por ela.
Logo após dizer isto Philippe vai até a janela
e fica olhando o céu estrelado, e assim ele começa a confessar a si mesmo.
- Eu não sei o que deu em mim com o
acordo que fechei com Jonathan. Eu quase vendi a minha própria filha, neste
momento percebo que eu fui fascinado pelo dinheiro, e isso fez com que eu me
esquecesse de que ela tem uma vida e também sentimentos. Confesso que fiquei a
pensar somente no dinheiro que estaria em minhas mãos se eu fizesse com que ela
se casasse com o filho de Jonathan. Agora eu compreendo o quão egoísta sou!
Finalmente compreendi o que minha esposa me quis dizer... Mas enfim, reconheço
que ofendi a ambas, ofendi muito a Clhoé tratando-a como se ela fosse um animal
irracional, e por isso ela está triste, e essa tristeza fez com que minha
esposa também se entristecesse... No final das contas, isso também me trouxe
tristeza. Eu não me sinto mais um pai ou um esposo, eu me sinto um monstro...
Philippe reflete mais um pouco e dorme. Na
manhã seguinte, acorda mais cedo do que o de costume e fica no sofá da sala
pensando e ansiosamente esperando Louis. Após algum tempo, Marianne acorda e
depois vai ao quarto de Clhoé acordá-la para ir à escola, porém Clhoé não sente
vontade de ir, e isso faz com que sua mãe inicie um diálogo.
- Minha filha, o motivo de não
querer ir à escola hoje, por acaso seria aquela briga de ontem que você teve
com seu pai?
Com tristeza, Clhoé afirma que sim,
porém, antes que dissesse mais uma palavra sua mãe lhe disse:
- Filha, eu sei que isso que você
está passando é complicado, seu pai está querendo algo que nem eu mesma estou
acreditando, mas relaxe, fique tranquila, pois no final das contas tudo acaba
dando certo.
Clhoé fica mais tranquila e a responde:
- Eu sei disso, mãe!
Sorrindo, sua mãe a complementa:
- Já que diz saber, irei apenas
complementar, eu afirmo que posso dar um jeitinho no seu pai e resolver seu problema,
mas seus estudos só você pode resolver. E por isso te peço para ir à escola
hoje.
Clhoé pega sua toalha e entra no banheiro para
tomar um banho antes de ir à escola. Enquanto ela toma banho, Louis passa com
sua bicicleta vendendo pães, assim como de costume. Philippe vai à porta e
chama Louis, ele o convida a entrar um pouquinho e eles começam a conversar.
- Louis, eu sei que não nos
conhecemos, pois nos vemos apenas de manhã quando você vem entregar pães aqui
pelo bairro. Hoje, além destes sete pães, quero também pedir um minuto de sua
atenção...
Neste momento, já com seu uniforme, Clhoé sai
do banheiro secando seu cabelo. Seu pai vai até ela e a diz:
- Filha, desculpe-me por aquilo que
lhe disse ontem, eu não estava muito bem e acabei dizendo-lhe algumas bobagens.
Enfim, eu conversei com sua mãe e ela estava certíssima naquilo que me disse.
Eu mudei de ideia sobre eu escolher as coisas por você, daqui para frente o seu
futuro é seu. Eu estarei aqui para quando precisar, mas enfim, se tiver algo para
dizer a ele, que seja agora!
Ela o abraça, e diz obrigado. Depois
quando o solta, ela chega perto de Louis e, olhando em seus olhos, declara seu
imenso amor por ele. Louis escuta até a última palavra o que ela tem a dizer.
Ele fica impressionado, pois percebeu que ela o conhece muito bem, mesmo tendo
passado pouquíssimos momentos juntos. Neste momento, Louis pega nas mãos de
Clhoé, a olha nos olhos e diz a ela:
-
Passamos poucos momentos juntos, porém esses poucos momentos foram suficientes
para que eu encontrasse alguém capaz de fazer-me feliz pelo resto de minha
vida. Só que eu sou muito pobre, e por isso eu fico muito tempo ajudando meu
pai na padaria e...
Neste momento Clhoé o interrompe, e
sorrindo afirma:
-
Não importa o tempo que levar. Espero-te em todas as manhãs!
Ambos se aproximam e trocam um longo
beijo.
Comentando...
No passado,
em diversos locais do Brasil e do mundo, os pais de muitos jovens escolhiam com
quem eles iriam se casar no futuro, geralmente isso acontecia por interesses políticos
e/ou econômicos. Esse acontecimento era chamado de casamento arranjado. Na
atualidade, raramente encontramos esse tipo de arranjo matrimonial, porém
antigamente isso era algo que acontecia com uma frequência considerável. Clhoé
Harriet, a protagonista deste conto, contesta seu pai por ele ter tirado a
liberdade que ela tinha para escolher o que pretendia fazer e isso não a
agradou, logo, ela não ficou calada. Com a ajuda de sua bondosa mãe, a moça
conseguiu mudar o pensamento egoísta de seu pai que, no final das contas, contribuiu
para que tudo desse certo no final.
Um ponto
importante para destacar neste conto de amor é que esta narração não é
simplesmente uma história de um casal apaixonado, mas sim de um amor verdadeiro
e puro que há em uma família, pois mesmo brigando, aquela família resolveu seus
problemas com diálogos; diálogos de amor, onde cada palavra dita buscava
reencontrar a paz que foi perdida no meio de tanta confusão.
Cartazes produzidos pelos alunos durante a elaboração do conto:
Esperamos que tenham gostado!
Autores (alunos do 2º C)
Isabelle Beckert
Isabeli Simão
Leandro Hardaim
Ludmila Santos
Maria Eduarda Novais
Mariana Bongartiner
Rodrigo Santos
Parabéns, alunos! O conto e os cartazes ficaram maravilhosos. Beijos
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